A fratura na coluna por queda de uma certa altura ou mesmo de uma posição em pé é uma das causas mais comuns.
Em idade avançada, a osteoporose constitui um fator de risco, onde a fratura pode ser espontânea, logo, sem traumatismo. Geralmente, é a junção entre as vértebras torácicas e a lombar que é afetada.
Segundo o ortopedista especialista em coluna, Dr. Aurélio Arantes, no caso de uma suspeita de fratura na coluna vertebral, é necessário procurar um especialista para diagnosticar e avaliar se houve deslocamento das vértebras.
No entanto, às vezes, as pessoas não sabem como identificar uma fratura na coluna, e por isso, preparamos um pequeno guia com tudo o que você precisa saber sobre fratura na coluna vertebral.
Conteúdo
Como é a anatomia da coluna vertebral?
Antes de saber como tratar uma fratura na coluna por queda, é importante ter uma ideia melhor de como é a anatomia da coluna vertebral.
Então, a coluna é composta por 24 vértebras:
- 7 vértebras cervicais (na altura do pescoço);
- 12 vértebras torácicas ou dorsais (na altura do tórax);
- 5 vértebras lombares (na parte de baixo das costas).
Ela termina embaixo com o sacro e o cóccix.
Além disso, cada vértebra é constituída por um corpo vertebral, na frente, e um arco vertebral, na parte de trás.
Já a medula espinhal, passa entre o corpo e o arco.
Quais os tipos de fratura na coluna?
As fraturas na coluna são classificadas conforme os mecanismos de trauma, e podem ser:
Fratura por compressão
É muito frequente em pacientes com osteoporose ou pessoas que apresentam fragilidade óssea associada a uma doença.
Fratura por explosão
Muito comum em acidentes automobilísticos, e ocorre quando há o esmagamento da vértebra, e pode ser quebrada em vários lugares.
Em determinados casos, fragmentos ósseos podem comprimir o canal vertebral, onde está localizada a medula espinhal e raízes nervosas.
Fratura por flexão-distração
Também comum em acidentes de carro, que é quando o corpo é lançado para a frente, provocando uma flexão da coluna e em seguida, uma desaceleração.
Além da parte óssea, os ligamentos da coluna são lesionados.
Fratura-luxação
O último tipo de fratura na coluna é a fratura-luxação, caracterizada por um desalinhamento importante da coluna.
Nesse caso, além da lesão óssea, a coluna é deslocada.
Fratura na coluna por queda: quais os sintomas?
Quando a fratura na coluna por queda está localizada nas vértebras cervicais, causa principalmente dor no pescoço.
Logo, se você não sente dor no pescoço, a fratura não é na vértebra cervical.
O maior problema dessas fraturas é que são instáveis, ou seja, há o risco da vértebra se deslocar, o que pode afetar os nervos vizinhos e a medula espinhal.
Se um nervo é afetado, dores podem ser sentidas, formigamentos ou uma paralisia em um ou nos dois braços.
Uma lesão na medula espinhal provoca uma paralisia da parte do corpo sob a fratura, e em casos extremos, o deslocamento da vértebra pode seccionar completamente a medula espinhal, que é chamada de lesão medular.
Já uma fratura de uma vértebra torácica ou lombar causa uma dor local que irradia para os músculos das costas. Trata-se de uma fratura de assentamento, que é normalmente mais estável.
Nesse caso, não há o risco de descolocamento da vértebra, mas se houver uma compressão da raiz nervosa, a dor pode irradiar para o tórax ou para a perna.
Resumindo, os principais sintomas são:
- Dor aguda local;
- Forte limitação da mobilidade;
- Se os nervos ou a medula espinhal são atingidos, efeitos secundários neurológicos como paralisias, dores mais intensas ou problemas sensoriais aparecem.
Fratura na coluna por queda: qual a diferença entre fraturas instáveis e estáveis?
As fraturas instáveis são lesões que se caracterizam por uma deformidade na coluna ou um déficit neurológico associado, como compressão do canal por fragmento.
No caso de fraturas instáveis, geralmente o tratamento conservador não consegue recuperar a função normal da coluna vertebral.
Já as fraturas estáveis, ao contrário das instáveis, não provocam deformidades na coluna nem lesões neurológicas associadas.
Na maioria dos casos, o tratamento conservador apresenta uma resposta satisfatória.
Como diagnosticar fratura na coluna por queda?
O médico ortopedista especialista em coluna avalia o histórico clínico, e normalmente solicita radiografias para verificar se houve deslocamento das vértebras.
Em caso de uma dor que irradia e sintomas de paralisia, geralmente ele pede uma tomografia ou ressonância magnética, ou um exame neurológico mais aprofundado.
Por exemplo, a ressonância magnética permite visualizar melhor as estruturas neurológicas, ligamentares e discais, além de auxiliar entre fraturas agudas ou crônicas.
O que fazer?
Se você quer ajudar alguém que sofreu um acidente ou uma queda, recomenda-se não movimentar a vítima.
Dessa forma, você não provoca outras lesões.
Também não movimente a cabeça da pessoa, e se possível, ligue para o serviço de emergência.
Fratura na coluna por queda: quais os tratamentos?
Uma fratura na coluna por queda quando se trata de uma vértebra cervical, necessita uma hospitalização.
No início, uma tração pode ser feita sobre a cabeça, e a pressão sobre o tecido nervoso diminui. Em seguida, é necessária uma cirurgia para fixar a vértebra quebrada.
Já o tratamento de fratura de uma vértebra torácica ou lombar é um princípio conservador. Isso significa que não há a necessidade de uma intervenção cirúrgica, mas requer imobilização e repouso.
Às vezes, o ortopedista em coluna recomenda o uso de um dispositivo que impede os movimentos de uma parte da coluna vertebral.
Só é feita a cirurgia em caso de fratura instável e com risco de lesão na medula espinhal.
Se uma osteoporose for diagnosticada, ele pode prescrever medicamentos.
Como é a recuperação de cirurgia de fratura na coluna por queda?
O tempo de recuperação vai depender da extensão da intervenção cirúrgica, já que pode ser minimamente invasiva ou não.
No caso de uma cirurgia minimamente invasiva, o processo de reabilitação se baseia principalmente em sessões de fisioterapia a fim de recuperar a força muscular, além de exercícios posturais.
Por outro lado, cirurgias maiores exigem um tempo maior de repouso e um acompanhamento regular de um ortopedista de coluna, além de exercícios de fisioterapia.
Conclusão
Agora que você já sabe tudo sobre fratura na coluna por queda, lembre-se da importância de procurar um profissional especializado para o correto diagnóstico e o tratamento mais adequado.